1. POR QUE VIAJAR PARA A GRÉCIA?

Minha família sempre teve especial interesse em conhecer a Grécia, especialmente pela sua história. País localizado na Europa, circundado em grande parte pelo mar Mediterrâneo, possui aproximadamente 132 mil quilômetros quadrados de território, incluindo as famosas ilhas gregas — as mais visitadas são: Corfu, Creta, Ikaria, Milos, Mikonos, Lesbos, Patmos, Paxos, Santorini, Zakynthos —, compondo mais de 3 mil ilhas, sendo 227 habitadas.

A maior parte da Grécia Histórica — constituída de ruínas milenares, museus, mosteiros, montanhas — localiza-se na parte mais continental do território grego e encontra-se conectada com o continente europeu. Sem dúvida, a parte mais turística são as ilhas gregas, famosas pelas suas praias com águas cristalinas e calmas que variam desde azul turquesa a um verde esmeralda, com casas e restaurantes tipicamente pintados de branco, que, com certeza, farão parte de nossa próxima viagem.

Viajamos pela companhia Turkish Airlines com parada de duas horas para conexão. Como a conexão foi programada para evitar um longo tempo de espera, não pudemos desfrutar do novo aeroporto de Istambul, que realmente é um maravilhoso shopping center. Para aqueles que quiserem fazer compras de boa qualidade, recomendamos comprar bilhetes com tempo de conexão maior na volta.

Ficamos oito dias na Grécia: quatro dias em Atenas, dois dias em Kalambaka e três em Corfu. O tempo de viagem, desde a saída até a chegada a São Paulo, totalizou nove dias. As visitas a Delfos foram de um dia, a caminho de Kalambaka, mas, sem dúvida, para visitarmos outras localidades históricas e interessantes, o tempo ideal seria de pelo menos dez dias.

2. POR QUE CONHECER A REGIÃO HISTÓRICA DA GRÉCIA?

Grécia, país historicamente ímpar no cenário mundial, esteve na vanguarda da construção de templos, palácios, estátuas e cidades planejadas. Os gregos nos legaram a criação de figuras mitológicas e suas histórias antológicas. No campo intelectual, foi onde surgiram grandes cientistas, escritores e filósofos, contribuindo para o aperfeiçoamento de vários sistemas de escrita que possibilitaram documentar toda a saga deste povo. Não é por menos que a Grécia é conhecida como berço da civilização, juntamente com outras culturas espetaculares como os Sumérios, Egípcios, Romanos e Persas, entre tantas outras.

A Grécia nos remete, sobretudo, a um aspecto especial, por ter sido uma sociedade que introduziu alguns dos principais conceitos da sociedade moderna que ainda hoje são adotados por nós: a realização das olimpíadas, o sistema de governo baseado na democracia, o direito a voto na tomada de certas decisões governamentais e o início da valorização dos direitos individuais (ainda que de forma incipiente quando comparado aos dias atuais).

Enfim, é difícil resumir tudo que a Grécia representou para a história da humanidade e sua notável contribuição para o desenvolvimento de nossa sociedade moderna em praticamente todas áreas a saber: engenharia, medicina, ciência, astronomia, astrologia, física, literatura, política, arquitetura, ciências sociais, música, poesia, artes, filosofia, entre as mais conhecidas.

Roteiro da Grecia histórica: de Atenas até Corfu (ida) realizado de carro. De Corfu para Atenas de avião (cerca de 1 hora)

3. QUANDO VIAJAR PARA A GRÉCIA?

Escolhemos a data de viagem para julho, pois é mês de férias escolares, coincidindo com o mês de verão lá.
Um breve resumo das estações na Grécia:

* As temperaturas médias variam conforme a região e, é claro, podem ocorrer dias em que as temperaturas podem estar fora da faixa mencionada.
** O verão da Grécia é perfeito: muito sol e chuvas esparsas. Em Atenas, costuma ser um verão quente e seco. Apenas para comparação, o índice pluviométrico da cidade de São Paulo varia entre 40 mm (mês de menor chuva) até 240 mm.
*** Na alta estação, como todo país turístico, os melhores hotéis costumam ficar mais ocupados e os preços dos serviços, restaurantes, passagens aéreas, etc., registram aumento nos preços; então, é melhor planejar a viagem com, no mínimo, 3 meses de antecedência.
**** Nascer e pôr do sol variam por região. O cálculo do tempo médio de duração do dia foi feito com base no mês central de cada estação. O verão é, sem dúvida, a melhor época de se viajar para lá, pois pode-se desfrutar de um dia muito longo, chegando até 15 horas de sol.

4. O QUE COMER NA GRÉCIA?

A culinária grega tem a influência de várias culturas, entre as quais: francesa, italiana, turca, síria; portanto, as opções são bem variadas. Para quem se preocupa com a questão alimentar, podemos dizer que lá tem quase tudo que temos no Brasil, ou seja, pizza, salada Cesar, macarrão, batatas fritas, pães, arroz, muitas azeitonas e óleo de azeite (oliva) de alta qualidade (uma das melhores da Europa).

pratos típicos gregos (fonte: Shutterstock)

As cervejas são vendidas normalmente e têm um teor alcoólico baixo. Segundo um amigo que viajou conosco, a cerveja grega pode ser considerada leve e saborosa.

Quanto aos pratos típicos, podemos citar:

Sanduiche Grego (Gyros) (fonte: Shutterstock)

Churrasco grego (gyros) — daqueles que são vendidos no centro de São Paulo que tem um espeto bem comprido e fica girando na vertical. Composto de várias camadas de carne que são cortadas e colocadas em pão francês no Brasil. Lá é no pão pita e custa desde 3 até 7 euros. Equivale a um almoço.

Souvlaki — feito de carne de porco, cordeiro e outras. São servidos em forma de sanduiche ou em espetinhos. Os preços que pagamos eram em torno de 7 a 12 euros.

Souvlaki de frango (fonte: Shutterstock)

Moussaka — parecido com uma lasanha, tem camadas de carne moída e berinjela e, dependendo do restaurante, vem acompanhado de uma saladinha, batata frita, etc.

Peixe assado/frito/empanado — o peixe é sempre uma boa pedida, pois na Grécia os peixes são sempre frescos, com um tempero leve, acompanhado de limão, batatas e cheiro verde, são oferecidos a preços bem acessíveis. O peixe assado é servido inteiro, encontramos ao preço de 9 a 14 euros.

5. COMO É A SEGURANÇA E A LIMPEZA DAS CIDADES?

Achamos as cidades e locais turísticos bem seguros. Em Athenas e Corfu, saíamos todas as noites para caminhar e jantar, sem presenciarmos nenhum evento de furto. Os concierges dos hotéis e nosso guia turístico nos informaram que não haveria problemas de passearmos nas ruas gregas. Claro que, com tantos estrangeiros e imigrantes, temos que ter cuidado porque podem existir, em locais turísticos, alguém que queira aproveitar a distração dos turistas para furtar objetos e pertences.

Quanto à limpeza, achamos as cidades, de modo geral, limpas. Athenas, especificamente, nos impressionou devido a quase total ausência de vendedores ambulantes. Nas lojas para turistas, os vendedores eram cordiais e sem insistências desagradáveis para que pessoas comprem os produtos.

6. QUAIS CIDADES HISTÓRICAS VISITAMOS?

6.1. ATENAS

Cidade que teve seu início, segundo relatos, há cerca de 1.500 anos antes de Cristo (a.C.) com a formação de pequenos vilarejos. Atingiu seu apogeu entre 500 e 300 a.C., época na qual foram construídas a maior parte das edificações e residências.

A visão geral de Atenas, deixando de lado locais turísticos como a Acrópole, museus, templos, parques, é de uma cidade que tem um centro com calçadas exclusivas para pedestres, repletas de cafés, restaurantes, bares, lojas de souvenirs, muito agradáveis para realizar um bom passeio. Mescla edifícios modernos e outros em situações mais precárias, com algumas casas deterioradas.

Como toda cidade milenar, possui muitas ruas estreias e, conjugado com a grande quantidade de veículos, nas horas de pico, o trânsito fica intenso. Para os habitantes locais, uma forma de fugir disso é pegar o metrô, que possui cerca de 50 estações, sendo também uma boa opção para os turistas que estão acostumados a utilizar este tipo de transporte, pois permite ir a locais importantes, como o centro da cidade, o aeroporto de Atenas, a Acrópole e o Porto de Piraeus, de onde partem a maioria dos barcos para as ilhas gregas.

6.1.1. ACROPOLE DE ATENAS (PARTENON)

Na Grécia existem muitas acrópoles, que em grego significa “cidadela ou templo”, construídos em locais mais elevados, provavelmente para dificultar o acesso de inimigos e também para ser vista pelos habitantes de toda a cidade.

Assim, a Acrópole de Atenas, apesar de ter sido construída no século V a.C. — ou seja há mais de 2.600 anos — e de ter passado por vários episódios de destruição — sejam naturais ou por povos inimigos –, mantem praticamente todos os pilares externos em pé. Sem dúvida, é uma prova indubitável da determinação do povo que, juntamente com engenheiros e arquitetos daquela época, foram capazes de construir uma obra para a posteridade. Confeccionada inteiramente em mármore branco, seus detalhes, precisão de cortes e estilo arquitetônico refinado, impressionam a todos. Cortar, lapidar blocos tão grandes e transportá-los a grandes distâncias exigiu um trabalho hercúleo, especialmente por não possuírem os equipamentos que temos hoje.

Acropole de Atenas, tendo no fundo o templo de Erecteion

Falando um pouco da história da Acrópole, era uma cidadela constituída de várias construções de estilos jônicos ou Ordem Jônica (ornamento que fica no topo da coluna de estilo de ornamentos encaracolados) e dórios ou Ordem Dórica (ornamento de estilo reto). Os mais importantes eram o Santuário de Zeus, o Teatro e Santuário de Dionísio, o templo de Erecteion (dedicado ao culto a Atena), Odeão de Herodes Ático e, é claro, o Partenon, construído em homenagem a deusa grega de Atenas.

6.1.2. Museu da Acrópole em Atenas. ★★★★★

Inaugurado em 2009, este museu foi meticulosamente planejado para estar plenamente alinhado com o Partenon, inclusive nas dimensões em uma das salas de exibição.

O local escolhido para a construção levou em conta a proximidade com a Acrópole.

Teatro de Herodes (situado no complexo da Acrópole de Atenas)

A cerca de 10 minutos a pé, caminhando por um calçadão livre da presença de veículos, do andar superior todo envidraçado é possível avistar toda a Acrópole.

Possui cerca de 14 mil metros quadrados, é um museu muito moderno, que utiliza muito vidro, aço e concreto. Caminhar por este museu nos dá sensação de leveza, pois o chão é todo envidraçado. Na entrada, uma solução arquitetônica genial preservou uma parte do antigo sitio arqueológico, descoberto durante a construção do museu.

Entrada do Museu da Acrópole

O preço para entrar no museu varia de 5 a 10 euros (entre baixa e alta temporada).

A quantidade de material exposto é impressionante, são mais de 4 mil peças entre estátuas, vestimentas, maquetes, além dos elementos e das peças arquitetônicas utilizados na construção da Acrópole.

Galeria do Museu da Acrópole

7. DELFOS ★★★★

Atualmente a cidade de Delfos é morada para pouco menos de 30 mil habitantes e o principal motivo de se visitar Delfos é a existência do sitio arqueológico e o Museu Arqueológico de Delfos.

7.1. Sitio Arqueológico de Delfos ★★★★★

O passeio é muito especial para os amantes de história que possuem curiosidade sobre a mitologia grega. Assim que chegamos às ruínas, localizadas na encosta do monte Parnaso, somos tomados pela imaginação de quão belo, majestoso e grandioso eram os templos. Hoje toda a região do complexo de Delfos é declarada patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO. Como as construções foram erguidas ao longo da encosta, para poder ver tudo, é necessário subir muitos degraus; por isso, é indicado ir com calçado apropriado, tipo tênis. Também é bom levar uma garrafinha de água e chapéu.

Ruinas do Sitio Arqueológico de Delfos

Segundo o nosso guia, tudo teve início por volta do século VI a.C., com a existência de uma fonte que emitia certos tipos de gases. Certo dia, um pastor de ovelhas, ao inalar estes gases, entrou em transe e passou a fazer previsões. À medida que as previsões passaram a se confirmar, criou-se a crença que a fonte tinha relação com o deus Apolo. Com o passar do templo, o local passou por uma evolução incrível, com a construção de templos, estádios (onde eram realizadas competições esportivas), teatros a céu aberto, apenas para citar os monumentos mais importantes.

Teatro de Delfos

O famoso Oráculo de Delfos estava localizado no interior do templo de Apolo. Se hoje temos o nosso oráculo em relação ao presente e ao passado pela internet, naquela época já tinham imaginado algo semelhante, com a construção deste maravilhoso local, onde alguns indivíduos especiais, escolhidos no povoado, eram treinados para ser o oráculo e responder desde questões do cotidiano até realizar previsões sobre o futuro. Era frequentado por grandes autoridades governamentais, reis, nobres, mas também recebiam peregrinos e pessoas de origem humilde.

Foto tirado do Museu de Delfos na qual ilustra de como era o complexo de Delfos

7.2. Museu Arqueológico de Delfos ★★★★

Localizado ao lado do complexo arqueológico –caminha-se cerca de 100 metros —, foi fundado por volta de 1900. Sua ampliação e a exposição de novos objetos que foram sendo encontrados, contou com a ajuda inestimável de arqueólogos gregos, alemães e principalmente franceses. É considerado um dos museus mais importantes da Grécia.

Esfinge de Naxos

Possui 14 salas com peças raríssimas, muitas delas que datam da Pré-história. São exibidas peças formadas desde pedras, mármores até tecidos, além de uma rara estátua de bronze original, denominada Auriga.

8. KALAMBAKA

Aqui se localizam os famosos mosteiros de Meteora, é uma pequena cidade, distante cerca de 4 horas (350 km) de carro de Atenas. Ficamos hospedados somente por uma noite e, no dia seguinte, de manhã, seguimos a caminho dos mosteiros de Meteora.

Cidade de Kalambaka

Perto de Kalambaka também fica localizado o estreito de Termopilas, local da famosa Batalha de Termopilas, em que o valente rei Leonidas de Esparta, pertencente a Grécia Antiga, conseguiu com seu exército de apenas 7 mil homens deter o exército do rei Xerxes (turcos), que possuía mais de 280 mil soldados. O filme “300: Rise of an Empire”, que tem o ator Rodrigo Santoro no papel de Xerxes, retrata um pouco do que foi esta batalha.

8.1. MOSTEIROS DE METEORA ★★★★★

Constitui um complexo exuberante de vários mosteiros, que teve o início provável por volta do século XI com a chegada dos primeiros monges, mas a maioria foi construída após o século XIV. A denominação de mosteiros de Meteora soa estranho para nós, mas em grego meteora tem o significado de “meio do céu” e é esta a impressão que temos quando visitamos os mosteiros.

Um cuidado que os turistas devem ter ao visitar os mosteiros é vestir calças compridas, pois não são permitidas bermudas, saias ou outras vestimentas que mostrem as pernas.

Mosteiros de Meteora

Os mosteiros se encontram encravados no topo de algumas montanhas, que se assemelham a pilares gigantes naturais, cuja vista nos deixou impressionados. Como pessoas em sã consciência iriam optar em construir algo em um local tão alto e inacessível? Sim, mas o fizeram e isto nos anos de 1300 a 1400, época em que inexistiam os modernos guindastes e a tecnologia para transportar as imensas pedras para edificar tais mosteiros. A construção em tais locais é justificada pela sua inacessibilidade: os monges – cristãos ortodoxos – encontraram no topo dessas montanhas um refúgio relativamente seguro dos ataques dos turcos muçulmanos. Para quem for viajar para Grécia ou mesmo para aqueles que já tenham viajado e não conhecem Meteora, recomendamos com muita ênfase uma visita aos mosteiros. Não somente para tirar fotografias surreais, mas devido a toda a história de luta desses monges pela preservação de sua espiritualidade e pela sobrevivência de sua comunidade, em uma paisagem de isolamento perfeita para meditações.

Interior do Monastério de ST. Stephen

No total foram construídos mais de 20 monastérios. Atualmente apenas 6 monastérios ainda são habitados: 5 habitados por mulheres e apenas 1 por homens, de acordo com as informações do nosso guia local Stelio. No início, e durante muito tempo, apenas homens eram permitidos a habitar os monastérios.

Os mosteiros de Meteora são uma prova viva da fé do Cristianismo Ortodoxo e sua luta ao longo dos séculos pela sobrevivência e pela preservação da religião, dos livros, objetos religiosos e dos monastérios que restaram.

9. CORFU ★★★★★

Centro hist´orico da cidade de Corfu (construção edificada pelos franceses no período napoleonico)

Saindo de Kalambaka seguimos de carro com guia privado para a ilha de Corfu. Chegando na cidade de Igoumenitsa, pegamos uma balsa, daquelas parecidas com as balsas de Ilhabela que transportam caminhões e pessoas. É um pouco estranho na entrada, para pessoas que nunca utilizaram este meio de transporte, pois entram muitos moradores locais, em um corredor separado dos caminhões. Após subir para outros andares, nos sentimos como em uma embarcação de turistas que fazem minicruzeiros em rios. É uma viagem de duas horas, mas não se preocupem, porque o canal é de águas calmas e, devido ao seu tamanho (transporta dezenas de carros e caminhões), a balsa é bem estável e não se tem problemas de ficar enjoado.
Corfu é relativamente grande, possuindo cerca de 600 quilômetros quadrados. É a segunda maior ilha grega, com cerca de 100 mil habitantes, mas na alta temporada este número pode dobrar facilmente. O nosso guia nos informou que, antes da pandemia, recebia cerca de até 20 mil turistas por dia, vindo de navios de cruzeiro, avião, balsas e barcos.

Da antiga civilização grega, restaram apenas algumas ruínas, que podem ser vistas em muitas partes da ilha. As construções do centro de Corfu foram edificadas por vienenses (italianos) e por franceses, onde se encontram, atualmente, lojas, cafés e restaurantes, locais maravilhosos para um bom passeio a pé. As ruas, além de planas, possuem muitos calçadões disponibilizados somente para pedestres, sem a presença de vendedores ambulantes, e são relativamente limpas.

Entre as atividades que pudemos desfrutar se encontram:

  • Passeio à mansão da famosa Rainha Sissi (Rainha da Áustria): a construção desta belíssima casa de verão levou apenas 2 anos. A Rainha Sissi vinha todo o verão para desfrutar da bela paisagem do mar, das florestas e do pequeno jardim existente ao lado da mansão, adornado por belas estátuas em mármore.
  • Visita ao Museu de Arte Asiática: é o único museu desta temática na Grécia e guarda muitas peças feitas de cerâmica, estátuas e vestimentas típicas da cultura asiática.
  • Passeios de barco fretado, para conhecer algumas ilhas e pequenas falésias (duração de cerca de uma hora).
  • Compras de produtos locais, brindes, doces típicos, souvenirs em um centro repleto de lojas deste gênero, restaurantes, sorveterias e muito mais!
  • Visita às fortificações que protegiam Corfu.
  • Mergulhos em pequenas praias, istmos, lagos de águas cores azuis, verdes, cristalinas, locais ideais para snorkel.

Na volta para Atenas, pegamos o avião no aeroporto de Corfu e ficamos impressionados com a quantidade de voos que são realizados, praticamente eles realizam um voo a cada minuto.

10. CORINTOS ★★★

Corintos era uma das cidades-Estado na época da ascensão grega e sua localização, desde aquela época até os dias de hoje, desempenha um papel fundamental na economia grega. Os navios mercantes aportavam tanto pelo Golfo de Corinto como pelo sul através do mar Mediterrâneo. A natureza só não permitia que os navios atravessassem de um lado para o outro devido a uma pequena faixa de terra de aproximadamente 6 quilômetros. As embarcações que quisessem chegar ao outro lado teriam que contornar toda a península do Peloponeso, ou seja, uma viagem de cerca de 600 quilômetros. Portanto, deste os anos 500 a.C. já se pensava em abrir um canal que permitisse a travessia das embarcações de um lado para o outro, fator fundamental para o crescimento comercial de toda a região.

10.1. CANAL DE CORINTOS ★★★

Estreito de Corintos

No passeio que fizemos a Corintos, a cerca de apenas 60 quilômetros de Atenas, pudemos apreciar esta obra da engenharia apenas de cima de uma ponte, ou seja, tivemos uma visão panorâmica do canal e não tivemos a oportunidade de atravessar o canal de barco. A travessia do canal por barco não nos pareceu tão interessante porque, durante a maior parte do trajeto, o que iria se ver seria apenas uma parede escavada na pedra em forma trapezoidal dos 2 lados, com algumas nuances de cor devido à formação rochosa das paredes.

10.2. RUINAS DA ANTIGA CIDADE DE CORINTOS ★★★

Atravessando a ponte sobre o canal, a apenas 20 minutos de carro, fizemos um passeio à ruina da antiga cidade de Corintos. O local foi escavado há pouco tempo e, infelizmente, é a única ruína que está atualmente aberta à visitação, pois o restante dos sítios arqueológicos foi, em sua grande maioria, ocupado por residências e pequenos prédios. A atual cidade de Corintos encontra-se a cerca de 10 minutos de carro das ruínas e já chegou a possuir uma população de mais de 800 mil habitantes. Atualmente possui apenas cerca de 60 mil habitantes.

Ruinas da Antiga cidade de Corintos (localizado no Peloponeso)

11. CIDADES HISTÓRICAS QUE NÃO FORAM VISITADAS

A antiga Grécia nunca foi um império com território coeso e fronteiras definidas, como o atual país. Todo o território grego era ocupado por centenas de pólis ou cidades-Estado, cuja característica básica era sua autonomia em todos os aspectos: jurídico, político, econômico, religioso.
Nesta parte do blog, procuramos explicar o porquê de não termos visitado algumas das cidades-Estado mais importantes da história da antiga Grécia, entre as quais: Esparta, Tebas, Creta, Troia e Macedônia.

11.1. Esparta

Esparta sem dúvida teve uma importância enorme na história da Grécia, não somente com as guerras do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), na qual Esparta e Atenas lutaram pela supremacia de todo o território grego contra a invasão do Império Persa. Esparta também é conhecido pelo famoso General Leonidas que, somente com um exército de 7 mil soldados, conseguiu expulsar a tropa de Xerxes, na época rei da Pérsia, que contava com um exército de mais de 280 mil soldados. Isto aconteceu por volta de 480 a.C. e ficou conhecido como a batalha de Termópilas. Infelizmente, devido a várias guerras e terremotos, Esparta foi perdendo importância no cenário grego e turístico.

11.2. Tebas

Foi uma cidade aliada de Esparta, praticamente totalmente destruída pelos macedônios já na Grécia antiga. Atualmente, Tebas foi fundida com outras cidades, mas mesmo assim possui menos de 40.000 habitantes e da antiga Esparta restam apenas poucas ruínas arqueológicas.

11.3. Troia

Durante muito tempo, a própria existência de Troia foi questionada. Atualmente, acredita-se que o provável local onde existiu Troia seria pertencente a Turquia, razão pela qual nem fez parte de nosso destino de viagem.

11.4. Macedônia

Os macedônios habitavam a região ao norte da antiga Grécia e consideravam-se um povo helenizado, isto é, um povo de cultura grega, porém eram vistos com menosprezo pelos próprios gregos. Em 338 a.C., o rei Filipe II da Macedônia derrotou as tropas da liga de cidades gregas, conquistando o território grego. Dois anos depois, seu filho, Alexandre, tornou-se rei e expandiu os domínios macedônicos pelo Oriente, derrotando os persas e difundindo a cultura grega por essa região. Atualmente, a Macedônia é um país independente da Grécia e por isto não tivemos a pretensão de visitar.

11.5. Creta

Esta cidade com certeza estará em nossa próxima visita à Grécia, pois, além de ser uma das primeiras ilhas a serem colonizadas, atualmente é um local paradisíaco com praias de águas de tons esverdeados e cristalinos, museus e muitas preciosidades arqueológicas.

12. COMENTÁRIOS FINAIS

Mesmo para aqueles que não apreciam muito viagens a locais históricos, é impossível não se sensibilizar perante a saga grega de glórias, conquistas, destruição, recomeço, lutas, busca do desejo e da perfeição no que faziam e construíam.

Terra de pensadores, filósofos, matemáticos, religiosos, cientistas, astrônomos, esportistas, a Grécia foi o berço de uma civilização cujas mentes brilhantes mudaram a humanidade na forma de pensar e agir. Mais de 2.500 anos se passaram e hoje ainda adotamos muitos conceitos e comportamentos que são heranças gregas, como culto ao corpo, ideal de beleza, democracia, teatro, músicas, arte, filosofia, etc.

E para os amantes dos esportes, temos o legado dos jogos olímpicos que, no ano de 1896, ressurgiram em nossa era moderna, com o mesmo espírito e objetivo daquela época em que os gregos o praticavam, ou seja, celebrar a paz e a união dos povos.

“Super” recomendamos a Grécia como destino de viagem, pois para nós nos fez soltar a imaginação através das suas ruínas espetaculares, capazes de nos remeter aos tempos esplendorosos desses locais que foram o cenário de uma civilização de vanguarda, cuja influência superou o seu tempo. Além dessa viagem pela incrível história da Grécia, também pudemos apreciar pratos saborosos, desfrutar restaurantes e cafés, fazer boas compras proporcionadas pela rica diversidade de produtos, com atendimento cordial nos hotéis, curtindo dias longos e ensolarados, pois nesta época, conforme mencionado, os dias duravam mais de 14 horas.

13. ALGUMAS FIGURAS DA MITOLOGIA GREGA

A mitologia grega nasceu no imaginário dos sábios, escritores, das histórias religiosas que eram passadas dos pais para os filhos ao longo dos tempos. Naquela época, acreditava-se que o universo e a nossa existência eram regidos pela existência de vários deuses, a saber:

  • Zeus – divindade religiosa que, do alto do Monte Olímpio, governava homens e outros deuses, além de todo o universo. Sem dúvida era o deus mais importante.
  • Apolo – divindade solar, filho de Zeus e também deus da poesia, música, artes entre tantos outros.
  • Artemis – filha de Zeus, era a deusa da vida selvagem, da luz, da caça; irmã gêmea do deus Apolo.
  • Hera – deusa protetora dos casamentos, da maternidade e das mulheres.
  • Poseidon – deus dos Oceanos, das águas e dos mares.
  • Afrodite – deusa da beleza, do sexo, das paixões e do amor.
  • Atena – deusa da sabedoria, inteligência, da justiça e das artes, patrona da cidade de Atenas, sendo que a Acrópole de Atenas foi dedicada a ela. De acordo com a mitologia, a deusa Atena criou a oliveira, árvore que produz o azeite.

Os principais deuses do Olimpo eram doze, mas citamos apenas alguns e é claro que quem quiser saber mais sobre a mitologia grega, além de todo o material disponível na internet, existem centenas de livros que contam a complexa história dos deuses, seus parentescos, problemas de relacionamento, traições, mortes e que, em partes, se assemelham à história de nossas existências. Para alunos de ensino fundamental na Grécia os estudos de história do país é dos mais complexos, pois, além dos mais de 2.500 anos de história, eles devem estudar e conhecer, com certa profundidade, a Mitologia Grega, dado que este tema é intrinsicamente ligado com a história verdadeira.

14. ALGUNS PERSONAGENS MARCANTES NA HISTÓRIA DA GRÉCIA

Associamos a Grécia com a existência dos grandes filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles, mas não podemos deixar de mencionar outros grandes filósofos entre as quais: Epicuro, Zenão de Cítio, Pirro de Élida, Demócrito, Parmênides, Heráclito, Anaximandro. A seguir, um breve resumo
dos grandes personagens da história grega:

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): apontado por muitos como o homem mais sábio do mundo, tinha em sua essência a noção do pouco que o ser humano conhece sobre o mundo. Sua frase famosa exemplifica tudo: “Só sei que nada sei.”

Tales de Mileto (624 a.C. – 558 a.C.): como o nome indica, nasceu em Mileto que hoje se localiza na Turquia, mas antigamente pertencia à Grécia. Astrônomo e matemático, previa o dia em que haveria o eclipse solar, dividiu o ano em 365 dias, entre tantas outras realizações.

Pitágoras (582 a.C. – 497 a.C.): matemático por natureza, logo nos traz a memória o famoso teorema de Pitágoras a2=b2+c2 que aprendemos na escola para descobrirmos o comprimento da hipotenusa ou de algum cateto no triângulo retângulo. Também era filósofo e deixou famosos provérbios como “Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”.

Platão (427 a.C. – 347 a.C.): filósofo, autor de várias obras notáveis, entre elas: Banquete; Fédon; As leis; República.

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): discípulo de Platão, com formação em ciências naturais, ficou famoso no campo da filosofia. Foi professor particular de Alexandre, o Grande. Segundo ele, cabia ao estado garantir o bem estar da população.

Homero (928 a.C. – 898 a.C.): escritor de a Ilíada e a Odisseia. Em Ilíada, narra a famosa guerra de Troia e é constituída por 15.693 versos. Para se ter uma ideia, Os Lusíadas de Camões que narra a epopeia dos grandes navegadores portugueses possui 8.146 versos. Em Odisseia, o escritor (Homero) conta a volta do guerreiro Odisseu e seus companheiros após a Guerra de Troia.

14. MODO DE VIDA DOS GREGOS NA ANTIGA GRÉCIA.

Política: normalmente, no campo político associamos a Grécia com democracia. Nas cidades-Estado, como Atenas, o povo possuía uma certa voz ativa em algumas votações, erguendo-se a mão para aprovar ou desaprovar algum projeto ou alguma nova lei, mas, na realidade, essas votações eram, em grande parte, direcionadas pelo orador, considerando-se um “demagoghi”. No entanto, em outras cidades como Esparta, o regime era oligárquico e mesmo através dos períodos, os regimes foram mudando, tanto que mesmo Atenas conviveu com governo tirânico.

Cotidiano: de modo geral, o homem saía de manhã para trabalhar e voltava somente à tarde. Famílias de maior poder aquisitivo possuíam escravos e era considerado normal, mas os escravos recebiam, em geral, tratamento civilizado e quando se descobria que determinado escravo tinha sofrido maus tratos, o seu dono era submetido a julgamento e punição. Para a mulher cabiam os afazeres gerais da casa e não podiam participar de debates políticos nem possuir propriedades. As crianças que nascessem em Esparta já ingressavam no treinamento militar desde os 7 anos. Em geral, as crianças frequentavam escolas para se alfabetizar, considerada uma grande evolução em relação a outros povos. Também recebiam ensinamentos dos pais. Na época, as crianças das famílias de maior poder aquisitivo recebiam ensinamentos adicionais, como filosofia, poesia, artes, moral, enfim uma formação considerada, na época, completa. A letra da canção Mulheres de Atenas de Chico Buarque de Holanda retrata um pouco do que foi comentado, e a melodia é muito bonita, não deixem de ouvir.

Residências: não possuíam um bom conforto térmico no inverno, e sua construção e seu tamanho variavam em função da cidade e do nível social. Em Atenas, é fato que as residências possuíam tamanhos e formas similares, sendo de fato notável que mesmo o mais famoso governante à época, Péricles, habitava uma residência de porte similar aos dos demais habitantes. Os móveis, as jarras e os adornos internos possuíam uma variação maior. Então, por exemplo, uma família de bom poder aquisitivo possuía jarras adornadas, estátuas, adornos nas paredes, etc. Ao passo que famílias comuns possuíam jarras mais simples, apenas funcionais.

Lazer: os teatros ao ar livre tinham, geralmente, forma semicircular, construídos e planejados desta forma para otimizar a acústica, proporcionando, mesmo para as pessoas mais distantes do palco, ouvir os atores. Construídas nas encostas de algum morro, era o local principal de divertimento dos habitantes, pois lá haviam encenações de peças teatrais, inclusive com a participação do público, contos, shows musicais, etc. As Olimpíadas, claro, também faziam parte do entretenimento de certas cidades.

15. ALGUNS FATOS MARCANTES NA HISTÓRIA DA GRÉCIA.

15.1. Era Antiga

1250 a.C.: Guerra de Troia — guerra de existência discutível, durou cerca de 10 anos e foi travada entre Gregos e Troianos. Escavações atuais indicam que a cidade de Troia se localizava em uma região no interior da Turquia.
776 a.C.: criação dos jogos olímpicos.

600 a.C.: introdução da moeda cunhada — significou um grande avanço no sentido de facilitar as intensas trocas de mercadorias e o abundante comércio que já existia naquela época.

490 a.C.: Batalha de Maratona – os gregos lutaram contra os invasores persas e venceram. Ficou famoso pelo episódio do soldado grego que recebeu a ordem de percorrer cerca de 40 km entre a cidade de Maratona e Atenas para comunicar a vitória grega. Após anunciar a vitória, o soldado morre de exaustão. Podemos pensar que ele era despreparado fisicamente, mas quem hoje não morreria após percorrer 40 km sem ingerir nenhum líquido, atravessando terrenos íngremes e rochosos?

444 a.C. a 429 a.C.: Péricles é o regente maior de Atenas. Neste período, é construída a Acrópole de Atenas. É uma fase de grande desenvolvimento cultural, social e político de Atenas.

430 a.C. a 427 a.C.: peste de Atenas. Dizimou um terço da população ateniense, vitimando inclusive o mais famoso dos governadores, Péricles. Entre as prováveis causas da peste estão a febre tifoide e o sarampo.

431 a.C. a 404 a.C.: período da Guerra do Peloponeso entre Esparta e Atenas. A guerra foi vencida por Esparta.

338 a.C. a 323 a.C.: período Macedônio ou Helenístico. Macedônia, cidade de pouca importância para os gregos, mas que passa a ser especial, pois, sob comando de Felipe II, vence Atenas e Tebas na Batalha de Queroneia. E após a morte de Felipe II, seu filho expande o domínio macedônico no Egito, Oriente Médio até a Índia, difundindo a cultura Helênica.

197 a.C. a 31 a.C.: invasão dos romanos. Os romanos invadem e dominam a Grécia e, apesar dos saques e destruição de algumas cidades como Corintos e as ilhas do Mar Egeu, o povo grego e romano começam a conviver, tendo início um novo desenvolvimento com a formação do Império Greco-Romano. Apesar da dominação dos romanos, os costumes e modo de vida dos gregos eram respeitados, de forma que a vida dos habitantes seguia de modo relativamente normal.

330 a 1453: período Bizantino. O imperador romano Constantino I decidiu construir sobre a antiga cidade grega de Bizâncio uma segunda capital para o Império Romano, batizada de Constantinopla (atual Istambul), dando origem ao Império Romano Oriental. Com a queda de Roma pela invasão de vários povos bárbaros, o Império Grego-Romano fica sob o domínio do Império Bizantino.

15.2. Era Moderna

1453 a 1832: período Otomano. Com a queda de Constantinopla, dominada pelos turcos otomanos em 1453, decretou-se o fim da Idade Média, juntamente com o fim do Império Greco-Romano. As guerras pela independência iniciadas em 1814 foram sangrentas, mas com a determinação do povo grego e contando com a ajuda de outros países europeus que abraçam a causa, os gregos conseguiram finalmente a independência após um longo período de domínio turco.

1896: é realizada a primeira edição dos Jogos Olímpicos na era moderna em Atenas.

1923: troca de parte da população entre a Grécia e a Turquia: Após a sangrenta Guerra Greco-Turca, foi assinado um tratado em Lausane, Suíça, estabelecendo a troca de população através do critério religioso, ou seja, os gregos ortodoxos que habitavam a Turquia foram forçados a se mudarem para território grego e os muçulmanos gregos que habitavam a Grécia foram forçados a se mudarem para a Turquia. A operação envolveu o deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas. Muitos habitantes turcos já não falavam a língua turca e o mesmo aconteceu com os gregos que habitavam a Turquia e não falavam mais a língua grega. Tiveram que abandonar suas residências para ir habitar um local distante e pouco conhecido e recomeçar suas vidas procurando escolas para os filhos, empregos, etc. Podem imaginar-se nesta situação?

1967 a 1974: ditadura dos coronéis. A Grécia, tão famosa pela criação da democracia, já tinha passado por outras ditaduras na Grécia antiga, mas recentemente passou por esta ditadura, através do exército grego, liderado por um grupo de coronéis.

2002: substituição da moeda Grega. Após 1981, os gregos se unem à Comunidade Europeia. Em 2002, substituem a mais antiga moeda que estava em circulação, o dracma, pelo euro.