Como a pandemia afetará os tipos de experiências que os viajantes estão procurando? É mais provável que eles desejem experiências na natureza e ecoturismo? As experiências culturais serão mais ou menos procuradas? A seguir estão cinco interesses que impulsionam o turismo experimental.
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Promotores de imunidade
Não há nada como uma pandemia para focar a mente na saúde pessoal. O turismo de bem-estar valia US$ 639 bilhões em 2017 e cresce rapidamente, de acordo com o Global Wellness Institute, um instituto sem fins lucrativos. “A pandemia abriu nossos olhos e deu ao mundo uma apreciação renovada pela boa saúde e bem-estar”, diz Caitriona Gaffney, diretora de relações públicas da MSPA International na Minor Hotels, parente dos resorts e spas Anantara.
“Sabemos que as pessoas estão preocupadas com seu bem-estar e estão dispostas a ir além para cuidar da sua saúde e do seu sistema imunológico”. Espera-se que a indústria evolua além dos mimos tradicionais, com mais ênfase em:
- novas terapias, como o programa de reforço da imunidade no Anantara Kihavah, Maldivas;
- na auto realização e atenção plena, com viagens de alto padrão para meditar ou praticar yoga;
- em viagens em grupo e conferências de saúde de alta qualidade, como as oferecidas pela Goop, empresa de Gwyneth Paltrow.
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Estadias sustentáveis
Espera-se que as fotografias de pinguins nas ruas da Cidade do Cabo e os canais com águas límpidas em Veneza tenham um efeito profundo na maneira como as pessoas escolherão viajar.
“Vimos o mundo natural respirar fundo”, diz Juliet Kinsman, primeira editora de sustentabilidade de Condé Nast Traveller, que também é fundadora do Bouteco, um portfólio de hotéis e resorts de luxo sustentáveis e com estilo.
“Isso ofereceu exemplos tangíveis do bem que pode ser alcançado quando os efeitos negativos da atividade humana são interrompidos, pois a qualidade do ar e da água foi aprimorada e a vida selvagem floresceu. O toque humano mais leve é uma coisa maravilhosa”. Um número crescente de viajantes esclarecidos se tornará mais crítico quanto às credenciais ecológicas de um hotel ou resort. Ou seja, escolhendo aqueles envolvidos em ações positivas, como preservar a biodiversidade de um ambiente e um envolvimento genuíno com a comunidade em detrimento da opulência que consome muita energia.
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Apego à natureza
À medida que mais viajantes buscam experiências transformadoras na natureza, estadias em propriedades com acesso à natureza selvagem ou às paisagens protegidas pela UNESCO terão maior apelo. Conforme o consumo ostensivo perde força, o foco será em atividades mais simples, como passeios a cavalo, mountain bike, observação de estrelas e caminhadas.Especialmente aquelas que oferecem acesso exclusivo a cenários impecáveis e reservas naturais privadas, como o Amanwana da Aman Resort, na Ilha Moyo, na Indonésia.
O Emirates One&Only Wolgan Valley, nas Blue Mountains da Austrália, está passando por uma avalanche de reservas de clientes australianos interessados em se reconectar com a natureza local, que esteve ameaçada no começo de 2020 por incêndios florestais. O gerente geral Tim Stanhope diz que a recuperação da floresta e da vida selvagem é uma experiência positiva e inspiradora.
“Os hóspedes que desejam se envolver no programa de conservação podem participar do plantio de sementes, mapeamento de habitats, testes de água e plantio de árvores. É muito encorajador”.
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Viajar como uma força para o bem
Com tanta discussão negativa sobre o turismo excessivo e a exploração das culturas locais mesmo antes da pandemia, um número maior de viajantes irá considerar como empregar o seu dinheiro com compaixão, usando o seu privilégio para se envolver em projetos globais.
Organizações de caridade, como a Education For All Morocco, que constrói e gerencia internatos para meninas na zona rural do Marrocos, facilita as visitas à escolas nas montanhas do Alto Atlas para doadores que desejam uma interação mais significativa com as escolas que apoiam.
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Conexões culturais
Os viajantes estão mais do que nunca ansiando pela conectividade humana, buscando experiências genuínas com diversas culturas, através de suas tradições musicais, artísticas, artesanais e gastronômicas. Evan Petrelis, diretor administrativo da Renaissance Tours, uma das principais operadoras de experiências culturais lideradas por especialistas, diz que, mesmo com fronteiras indefinidamente fechadas, os viajantes continuarão desejando fazer viagens com pessoas que pensam da mesma forma, em grupos de interesses especiais.
Texto inspirado em matéria do site Luxperience com edições da Kangaroo Tours.
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