
Nascido em uma família japonesa, sempre sonhei em visitar o Japão. Recentemente realizei esse desejo: fiz uma viagem fantástica com minha família e conheci Dubai pela primeira vez. Foram 11 dias explorando o Japão e 3 dias em Dubai, experimentando culturas muito distintas em uma única viagem.
Abaixo compartilho alguns dos melhores momentos dessa experiência.
Roteiro resumido
Japão
- Dias 1 – 3: Osaka
- Dias 3 – 6: Quioto (bate-volta a Nara no dia 4)
- Dias 6 – 7: Hakone
- Dias 7 – 11: Tóquio
Dubai
- Dias 12 – 14
Osaka
Começamos por Osaka, hospedados no New Otani Osaka. Tínhamos apenas um dia inteiro na cidade, então aproveitamos ao máximo – cheguei a caminhar mais de 17 km nesse dia. A primeira parada foi o Castelo de Osaka (1583), uma construção muito bem preservada e cercada por um amplo parque ideal para passeios tranquilos.
Dica: compre ingressos online para evitar longas filas em alta temporada.
Na sequência visitamos o Aquário Kaiyukan, um dos maiores do mundo, com oito andares de exposições e um tanque central impressionante que abriga tubarões-baleia e outras espécies fascinantes – excelente para famílias e amantes da vida marinha.
Antes de seguir para Quioto, ativamos o Japan Rail Pass em um quiosque dentro da estação de Osaka – recomendo comprar o passe ainda no Brasil se pretende usar o Shinkansen com frequência.
Castelo de Osaka Estação Shin-Osaka – Japan Rail Pass Hotel New Otani Osaka Osaka Aquário Kaiyukan Osaka Aquário Kaiyukan Osaka Aquário Kaiyukan
Quioto
Ficamos no Granvia Kyoto, praticamente dentro da estação – localização perfeita para explorar a cidade. Passamos três noites na antiga capital, aproveitando a conveniência do comércio local e do shopping subterrâneo Porta Dining.
No primeiro dia completo chuvoso fizemos um bate-volta a Nara (vale a pena, falo mais abaixo). Em outro dia visitamos o Samurai & Ninja Museum, um tour guiado interativo onde pudemos tocar armaduras, katanas e lançar shurikens. Também passeamos pela Teramachi Kyogoku Shopping Street, uma rua coberta com centenas de lojas e cafés.
No dia de sol visitamos dois templos imperdíveis:
- Kinkaku-ji (Pavilhão Dourado, de 1397): três andares, dois cobertos de folhas de ouro, cenário incrivelmente sereno.
- Kiyomizu-dera (fundado em 798): situado no alto de uma colina, com lojas de artesanato e uma vista panorâmica magnífica de Quioto.
Curiosidade: Kiyomizu-dera foi finalista na eleição das Sete Maravilhas do Mundo Moderno em 2007.
Templo Kinkaku-ji Templo Kiyomizu-dera Hotel Granvia Kyoto Teramachi Kyogoku Shopping
Samurai & Ninja Museum
Samurai & Ninja Museum
Nara
Um dos lugares que mais gostei de visitar no Japão foi Nara. Pegamos o trem de manhã saindo de Quioto, numa viagem de aproximadamente uma hora. Ao chegar na estação de Nara, caminhamos pela Sanjo Dori, uma rua cheia de comércio — perfeita para comprar lembranças e produtos locais.
Passamos pelo templo Kofuku-ji, que se conecta ao famoso Parque de Nara, onde vivem mais de 1.300 veados que circulam pacificamente entre os turistas. Foi possível acariciá-los e alimentá-los, já que há barraquinhas no parque que vendem petiscos específicos para isso. Os veados nos acompanharam pelo restante da caminhada até nosso destino: o impressionante templo Todai-ji.
Curiosidade: o Todai-ji foi construído no século VIII e abriga uma das maiores estruturas de madeira do mundo. Dentro dele está a maior estátua de Buda feita em bronze no Japão, com impressionantes 500 toneladas. Estima-se que 2,6 milhões de pessoas participaram de sua construção.
Estação Kintetsu Nara Templo Todai-ji Estátua de bronze Buda Vairocana – Templo Todai-ji Parque de Nara Parque de Nara Templo Kofuku-ji
Hakone
Deixamos Quioto rumo a Hakone, um dos lugares mais interessantes da viagem, uma região montanhosa famosa por seus vulcões, onsen e vistas para o Monte Fuji. Combinamos trem-bala, trem regional e uma subida de táxi por estradas sinuosas até chegarmos ao hotel.
Nos hospedamos no Hakone Yunohana Prince Hotel, um autêntico ryokan (pousadas japonesas tradicionais), ele possui campo de golfe, quartos com tatames, refeições típicas e um ambiente que mistura tranquilidade e tradição. Apesar de termos passado apenas uma noite em Hakone, aproveitamos ao máximo.
Logo cedo, comemos o café da manhã bem tradicional japonês oferecido pelo hotel. Em seguida, fomos recebidos por dois guias excelentes da TAS Japan que nos levaram para explorar a região. A primeira parada foi o famoso Owakudani, um vale vulcânico com vapores saindo da terra, cheiro de enxofre no ar e paisagens completamente diferentes de tudo que havíamos visto até então. A subida até o vale foi feita de teleférico, com vistas espetaculares pelo caminho.
De lá, seguimos de van até o segundo ponto do passeio: o Teleférico Hakone Komagatake, que nos levou até o topo da montanha. Lá em cima havia vistas cinematográficas:
- De um lado, o Monte Fuji emoldurado pelas nuvens.
- Do outro, a cidade de Yokohama e até mesmo a silhueta distante de Tóquio no horizonte.
- E entre tudo isso, o Lago Ashi, refletindo as montanhas ao redor como um espelho.
Na base da montanha, embarcamos em um barco temático que cruzou o Lago Ashi, até o outro lado. Lá, almoçamos à beira do lago, e logo em seguida, partimos de van diretamente para Tóquio.
Hakone Komagatake Ashi no SORA Lago Ashi
Lago AshiOwakudani Hakone Yunohana Prince Hotel Café da manhã Hakone Yunohana Prince Hotel
Tóquio
Tóquio foi o destino onde passamos mais noites: foram três dias completos na maior metrópole do mundo (sem contar os dias de chegada e partida), com seus mais de 37 milhões de habitantes. Cada canto da cidade parecia um universo à parte. Nossa estadia foi no Royal Park Hotel, localizado no distrito de Nihonbashi, que – apesar de estar em uma região central de Tóquio – me pareceu um bairro tranquilo, com pouco movimento de carros e pedestres.
1º dia
No primeiro dia após a chegada visitamos a Tokyo Station, a estação ferroviária mais movimentada do país, por onde passam mais de 3.000 trens por dia. No subterrâneo, descobrimos o Tokyo Station City, um labirinto com dezenas de lojas, restaurantes e até mini shoppings interligados.
De lá, seguimos para Ochanomizu, um paraíso para amantes da música: são lojas e mais lojas especializadas em instrumentos musicais, uma do lado da outra.
Depois, caminhamos até Akihabara, o famoso bairro da tecnologia, animes e mangás. Um verdadeiro mergulho na cultura pop japonesa e popular destino para compra de eletrônicos.
Tokyo Station Tokyo Station City Akihabara
2º dia
Pela manhã, visitamos o museu mais antigo do Japão: o Museu Nacional de Tóquio, localizado dentro do Parque Ueno e fundado em 1872.
Depois, fomos ao Parque do Palácio Imperial, um amplo espaço verde no meio da cidade. Mesmo sem entrar no Palácio, caminhar entre os pinheiros japoneses perfeitamente podados e ver os fossos ao redor do castelo já vale a visita.
Em seguida, fomos até Shibuya, um dos bairros mais vibrantes da cidade. Claro que fizemos o famoso cruzamento da Shibuya Scramble Crossing – e comemos na Shibuya Scramble Square, um shopping com vista panorâmica da estação.
Museu Nacional de Tóquio Parque do Palácio Imperial
Shibuya Scramble Crossing Vista da Shibuya Scramble Square
3º dia
No nosso último dia completo em Tóquio, subimos na Tokyo Skytree, a torre mais alta do Japão (e a terceira estrutura mais alta do mundo!). A vista do observatório a 450 metros de altura é surreal, sendo possível ver a cidade em 360°.
Depois, caminhamos por Ginza, o bairro mais luxuoso de Tóquio. Grifes internacionais, arquitetura moderna e vitrines impecáveis fazem de Ginza um passeio obrigatório, mesmo para quem está só olhando.
Encerramos o dia com um jantar no mercado subterrâneo da Ginza Dori, com uma variedade incrível de comidas típicas japonesas.
Tokyo Skytree
Tokyo Skytree
Ginza
Curiosidades:
- A Tokyo Station, inaugurada em 1914, foi inspirada na Estação Central de Amsterdã e passou por uma restauração gigantesca após a Segunda Guerra Mundial que envolveu cerca de 780 mil pessoas.
- Fundado em 1872, o Museu Nacional de Tóquio abriga cerca de 120 mil objetos, incluindo 89 pertencentes ao Tesouro Nacional Japonês.
- O Shibuya Crossing é o cruzamento de rua mais movimentado do mundo – estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas passem por ali toda semana.
- A Tokyo Skytree tem uma altura total de 634 metros e é a terceira estrutura mais alta do mundo, perdendo apenas do Merdeka 118 (678.9m) e do Burj Khalifa (828.9m).
Dica: caso queira ver e chegar mais perto do Palácio Imperial é necessário fazer a reserva do tour guiado que acontece em horários específicos.
Dubai
Em Dubai, nos hospedamos no Hotel Jumeirah Al Qasr, que oferece 2 km de praia privativa e fica ao lado do icônico Burj Al Arab, também pertencente ao grupo Jumeirah. Aproveitamos a manhã do primeiro dia para fazer o passeio de barco oferecido pelo hotel e, em seguida, participamos de um tour exclusivo pelo Burj Al Arab.
Hotel Jumeirah Al Qasr
Burj Al ArabPasseio de barco Jumeirah Al Qasr
Mais tarde, o motorista da nossa agência local nos buscou no hotel para o safári no deserto. Após deixar a cidade, saímos da estrada pavimentada e começamos a aventura entre as dunas – se você gosta de emoção, essa parte é altamente recomendada. Encerramos o dia com um jantar no deserto, onde tivemos a chance de subir em camelos e assistir a vários shows ao vivo, incluindo danças típicas e uma apresentação com fogo.
Safári no Deserto Jantar no Deserto Jantar no Deserto
No nosso último dia de viagem, visitamos o Museu do Futuro que funciona mais como um simulador imersivo do que um museu tradicional. A experiência é bem interessante: o espaço conta com uma história envolvente com uma visão de como pode ser o mundo daqui a algumas décadas e várias atividades interativas.
Museu do Futuro
De lá, seguimos para o Dubai Mall, o maior shopping do mundo, com mais de 1.200 lojas, um enorme aquário e até uma pista de patinação no gelo em tamanho olímpico. É tão grande que se perder por lá é quase inevitável (sim, nos perdemos diversas vezes). Na parte externa do shopping também foi possível ver o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, que fica conectado ao Dubai Mall.
Dubai Mall Burj Khalifa
Curiosidades:
- Aproximadamente 90% da população de Dubai é composta por estrangeiros, o que faz com que o inglês seja a língua mais falada.
- O vão no centro do Museu do Futuro representa o vazio do desconhecido – tudo aquilo que ainda está por ser descoberto. Esse espaço pode ser observado e acessado de dentro do próprio museu.
- O Dubai Mall é o maior shopping do mundo com mais de 502.000 m2, o equivalente a aproximadamente 70 campos de futebol.
Clique aqui e baixe a sua cópia do e-book sobre Dubai.
Considerações Finais
Cultura & Costumes
A cultura japonesa é marcada por respeito, silêncio, pontualidade e atenção aos detalhes. Algo que me surpreendeu foi a eficiência absurda no atendimento: os japoneses parecem querer resolver tudo para ontem (chega a te deixar mal acostumado).
Já em Dubai, a cultura é mais voltada ao luxo e à imponência, mas também preserva tradições árabes fortes, especialmente no vestuário e nos costumes em espaços públicos. Inclusive, fui impedido de entrar em alguns lugares por estar usando shorts considerados curtos demais.
Clima & Estações
Viajamos em julho, pleno verão no hemisfério norte – ou seja, calor intenso. No Japão, as temperaturas durante o dia giravam em torno de 35 °C. Já em Dubai, o clima foi ainda mais extremo: o termômetro se mantinha acima dos 40 °C, e ficar ao ar livre por muito tempo era praticamente impossível.
Como você vai andar bastante (especialmente no Japão), leve roupas leves, use protetor solar e não esqueça uma garrafinha de água. Esses itens são indispensáveis.
Comunicação & Idioma
No Japão, pode ser difícil se virar sem um guia se você não fala japonês. Antes da viagem, imaginei que o inglês bastaria, mas descobri que a maioria das pessoas não fala o idioma – e mesmo os que falam têm um sotaque bastante carregado, o que dificulta a comunicação. O sistema de trens também é complexo, com muitas linhas e sinalizações majoritariamente em japonês.
Já em Dubai, o inglês é amplamente falado e você conseguirá se comunicar bem usando apenas ele.
Dica: baixe o app Google Tradutor (com o dicionário offline) e, se possível, conte com guias – especialmente para te ajudar nos deslocamentos no Japão.
Alimentação
No Japão, a variedade vai muito além do sushi. Ramen, okonomiyaki, donburi, kare, doces locais… vale a pena sair da zona de conforto e experimentar pratos diferentes.
Dica: experimente pelo menos uma refeição em um restaurante de esteira (conveyor belt sushi) no Japão – é divertido e acessível.
Clique aqui e confira nossas sugestões de roteiros pelo Japão e em Dubai.