Embarquei em uma das experiências mais transformadoras que já vivi: a Expedição Katerre pela Amazônia, um roteiro que mistura conforto, natureza, história e contato humano de forma profunda e inesquecível.


Chegada e primeiras impressões

A jornada começou com um voo GOL até Manaus. Já aqui, o acolhimento da tripulação foi um diferencial. Como essa foi minha primeira viagem sozinha, a atenção e empatia da equipe me deixaram segura e tranquila -um detalhe que fez toda a diferença.

Em Manaus, me hospedei no Juma Ópera, em um quarto com vista para o Teatro Amazonas e amenidades de boas-vindas. A experiência no hotel já indicava o tom da viagem: conforto, hospitalidade e toques regionais bem pensados. À noite, fui ao restaurante Caxiri Amazônia – alta gastronomia amazônica, criativa e afetiva. Um verdadeiro convite aos sentidos.


Navegar é preciso

No dia seguinte, partimos rumo a Novo Airão. O trajeto de carro tem trechos bem desgastantes – cerca de 60 km em estrada de terra -, o que torna a viagem um pouco cansativa. Mas, chegando lá, embarcamos no barco Jacaré-Açu da Expedição Katerre, nossa casa flutuante pelos próximos dias.

O barco é confortável, com suítes climatizadas, áreas sociais e alimentação em regime de pensão completa. Tudo muito saboroso e com toques regionais. As cabines compartilhadas podem ser um ponto a considerar para quem valoriza mais privacidade, mas a convivência a bordo foi tranquila e respeitosa.

A primeira atividade foi um passeio de voadeira pelo arquipélago de Anavilhanas, onde o pôr do sol nos lembrou por que a Amazônia é um dos lugares mais especiais do planeta.


Imersão na floresta e nas comunidades

A programação dos dias seguintes foi intensa e muito rica. Caminhamos pela floresta primária até as Grutas do Madadá, um percurso exigente fisicamente, mas recompensador. Também tivemos mergulhos no Rio Negro, sempre em paisagens de tirar o fôlego.

Visitamos a comunidade Mirituba e aprendemos sobre a vida de famílias indígenas que precisaram se deslocar e recomeçar. Foi um momento tocante, que trouxe à tona reflexões sobre resistência, cultura e pertencimento.

Outro ponto marcante foi a visita à vila histórica de Airão Velho. As ruínas carregam memórias do Ciclo da Borracha e mostram, ao mesmo tempo, a potência e a negligência histórica com o patrimônio da região.

Em seguida, adentramos o Parque Nacional do Jaú, conhecemos a base do ICMBio e navegamos pelo Rio Carabinani. Tivemos contato com comunidades ribeirinhas, como a Cachoeira do Jaú, e participamos de atividades tradicionais como a produção de farinha de mandioca – além de vivenciar a tranquilidade de um passeio de canoa pelos igapós ao amanhecer. Tudo isso com uma equipe de guias super preparados e sensíveis à proposta da viagem.


Encerrando em grande estilo

No último dia, visitamos uma imensa samaúma, interagimos com botos-cor-de-rosa e fizemos um city tour por Novo Airão. Passamos pela Fundação Almerinda Malaquias e pela AANA, onde conhecemos projetos lindos de educação, sustentabilidade e artesanato local.

Finalizamos a jornada no Mirante do Gavião Lodge, uma verdadeira joia da arquitetura amazônica, com uma vista deslumbrante para o Rio Negro. O jantar de despedida foi o fechamento perfeito para uma viagem que foi muito além do turismo.


Pontos Altos

  • Hospedagem em Manaus: conforto e boa localização.
  • Barco Jacaré-Açu: estrutura excelente e alimentação impecável.
  • Experiências culturais: visitas a comunidades indígenas e ribeirinhas com trocas genuínas.
  • Equipe Katerre: atenciosa, bem treinada e sempre presente.
  • Imersão na floresta: caminhadas, passeios de canoa e contemplação da natureza em estado bruto.


Pontos a considerar

  • Trecho terrestre até Novo Airão: cansativo e desconfortável, especialmente para quem não curte estrada de terra.
  • Cabines compartilhadas: podem não agradar a todos os perfis de viajantes.
  • Focagem noturna: pouca visibilidade e muitos insetos – atividade que pode ser dispensável dependendo da época.
  • Infraestrutura comunitária: é simples, o que pode surpreender quem espera mais estrutura.
  • Gastronomia regional intensa: uma delícia para os curiosos, mas pode não agradar paladares mais conservadores.


Conclusão

Essa viagem foi daquelas que a gente não volta igual. Entre mergulhos no Rio Negro, histórias compartilhadas nas comunidades, trilhas no meio da floresta e refeições deliciosas a bordo, vivi uma Amazônia autêntica, rica em detalhes e cheia de vida.

Teve perrengue leve? Teve estrada esburacada e mosquito no passeio noturno. Mas teve muito mais encantamento, aprendizado, risada boa, silêncio bonito e uma conexão com a natureza que vai ficar comigo para sempre.

A Expedição Katerre é para quem quer mais do que um destino – é para quem quer se entregar à experiência. Nem os mosquitos me fizeram querer ir embora – e olha que não foram poucos!

Se você quer participar dessa experiência única, imersiva e transformadora, confira aqui uma sugestão de navegação com a Expedição Katerre.